A reforma ainda não acabou, mas como vocês podem ver, já está dando pra aproveitar a piscina. Essas fotos foram tiradas no final de semana passado e mostram que Dorita vai aos poucos se integrando a uma nova realidade, o que eu chamei na semana passada de "despertar". Como eu disse esse despertar não é linear. Ontem, por exemplo foi difícil até fazer ela comer. Ela comia de olhos fechados e reclamava se a gente tentava acordá-la. Mas, hoje ela passou o dia bem e agora há pouco fizemos um lanche com cachorro quente, sugestão dela para o cardápio.
Agora há pouco, na hora de colocá-la na cama, ela me pediu que fosse descansar que ela se deitaria sozinha. Obedeci, mesmo sabendo que ela não conseguiria se deitar sem ajuda. Saí do quarto, mas deixei a porta aberta e fiquei na sala ao lado, esperando. Acho que ela procura não manifestar seus desejos e suas limitações, com medo de ter que depender demais de alguém. Mais ou menos como nós mesmos fazemos quando estamos doentes mas queremos agir como se não estivéssemos. É difícil lidar com nossa precariedade.
Depois de uma meia hora eu voltei ao quarto e ela estava sentada na mesma posição. Quando eu me aproximei ela sorriu, queixou-se de uma coceira na perna e perguntou se eu sabia o que era. Eu disse que não e perguntei se ela queria ajuda pra se deitar. Dessa vez ela aceitou. Pediu que eu a cobrisse com o cobertor que ela diz que a vovó trouxe pra ela de Paris e adormeceu.
Descrevo essas cenas pra vocês tão detalhadamente por que é a maneira que enconro de compartilhar com todos um pouco daquilo que, para mim, vem se transformando num privilégio e um aprendizado imensos.Sobre a Dorita, sobre a Família Alencar e sobre nossa Humanidade.
Aguardo dos que ainda não puderam fazê-lo, o envio dos depoimentos para entregar à Dorita. Em breve estarei encaminhando também uma lista de "presentes de Natal" para a Dorita, principalmente roupas. A Gioconda escreveu no blog falando de dificuldades para enviar mensagens. Gostaria de saber se outras pessoas estão tendo dificuldades para ver o que precisa ser feito.
Abraços a todos,
Guilherme.